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sábado, 25 de dezembro de 2010

NATAL...

Meu desejo de Natal para você que segue meu Blog...

Desejo que neste Natal,
antes de você perceber Jesus nas luzinhas que piscam pela cidade,
você O encontre primeiramente em seu coração.
E, à frente de qualquer palavra que expresse seu desejo de um feliz Natal,
O encontre em suas ações.
Que você O encontre não só na alegria que sente ao sair das lojas com presentes
para as pessoas que você ama, mas também na feição triste da criança abandonada
nas ruas, na qual muitas vezes você esbarra apressadamente.
Que você encontre Jesus no momento em que pegar nas mãozinhas delicadas
de seu filho, lembrando-se das mãozinhas pedintes, quase sempre sujas de calçada,
que só sabem o que significa rudeza.
Que você O encontre no abraço de um amigo,
lembrando-se dos tantos que só têm a solidão como companheira.
Que você O encontre na feição do idoso da sua família,
lembrando-se daqueles que tanto deram de si a alguém,
e hoje são esquecidos até pela sociedade.
Que você O encontre na lembrança suave e sempre viva
daquela pessoa querida que já não está mais fisicamente ao seu lado,
lembrando-se daqueles que já nem se recordam mais quem foram,
enfraquecidos pelo vazio de suas vidas.
Que você encontre Jesus na bênção de sua mesa farta
e no aconchego de sua família, lembrando-se daqueles
que mal alimentam-se do pão e sequer um lar têm.
Que você O encontre não apenas no presente que troca,
mas principalmente na vida que Ele lhe deu como presente.
Que você lembre-se, então, de agradecer por ser uma pessoa
privilegiada em meio a um mundo tão contraditório!
Que você também encontre Jesus à meia- noite do dia 31
e sinta o mistério grandioso da vida, que renasce junto com cada ano.
Então festeje... festeje o ano que acabou não apenas como dias que se passaram,
e sim como mais um trecho percorrido na estrada da sua vida!
Festeje a alegria que lhe extasiou e a dor que lhe fez crescer!
Festeje pelo bem que foi capaz de fazer
e pelo mal que foi capaz de superar!
Festeje o prazer de cada conquista e o aprendizado de cada derrota!
Festeje por estar aqui!
Festeje a esperança no ano que se inicia, no amanhã!
Festeje a vida!
Abra os braços do coração para receber
os sonhos e expectativas do ano novo.
Rodopie... jogue fora o medo, sinta a vida!...
Sonhe, busque, espere... ame e reame!
Deixe sua alma voar alto... pegar carona com os fogos coloridos.
Mentalize seus desejos mais íntimos e acredite:
eles também chegarão ao céu,
irão se misturar às estrelas irão penetrar no Universo
e voltarão cheios de energia para tornarem-se reais.
Basta você querer de verdade, ter fé e nunca,
NUNCA desistir deles!
E que seu ano seja, então, plenificado de bênçãos e realizações.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!!

Um forte abraço, Charlene Santos

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A importancia dos conselhos...

A Constituição Federal de 1988 ao eleger o cidadão como objetivo principal tornou-se muito importante, pois, promove a integração dos direitos sociais e coletivos, o reconhecimento concreto da cidadania, da dignidade da pessoa humana e fornecendo meios para que qualquer pessoa lute contra todas as formas de injustiça.
O povo tem interesses que muitas vezes não coincidem com as propostas e soluções colocadas pelos governantes o que nos tornam incapazes de opinar e sermos ouvidos, por isso, a importância dos Conselhos que é a participação da sociedade na formulação e na gestão das políticas públicas que começou na Constituição Federal de 1988, onde temos nos fundamentos do sistema de governo do país, a soberania e a cidadania, nos mostrando que existem muitas possibilidades de governar.
Os conselhos representam uma importante inovação institucional na gestão das políticas sociais. A Importância dos Conselhos é um espaço para a discussão da realidade da sociedade, onde podemos observar os problemas, explicar os fatos e estabelecer alternativas de solução. A participação da sociedade é muito importante no desenvolvimento social do meio que queremos viver. É importante salientar que se quisermos superar os problemas precisamos compreender a gestão da sociedade e pensar nas políticas públicas urbanas.
Hoje o Estado produz mecanismos para intervir na prática da conduta erronea e alguns instrumentos que a sociedade pode utilizar para promover o controle social, oferecem amparo legal para promover o que for necessário para a defesa dos interesses e direitos do povo que em outros tempos era fruto do descaso e incompreensão do sofrimento do necessitado seja ele branco ou negro, rico ou pobre.
Os grandes avanços em relação aos direitos sociais mostraram a verdadeira democracia, aonde o povo age de forma participativa sendo de forma direta ou indireta, mostrando suas necessidades e anseios em relação ao modo que vivem e quando não são ouvidos, contam com os conselhos que muitas vezes são os olhos, os ouvidos e a voz do povo.
Os conselhos são como mecanismos de participação e de legitimidade social, fruto da organização e das lutas sociais formas concretas de espaços institucionais de exercício da participação da sociedade onde temos alguns conselhos criados a partir da Constituição de 88 que é importante citá-los, os conselhos de saúde, de assistência social, dos direitos da criança e do adolescente e do idoso, depois desses vieram muitos outros conselhos, cada um com sua idéia e forma de luta, porém, com um único objetivo, ser um espaço para a participação cidadã de forma direta na política.
Nota-se que á muitos anos existem os conselhos, porém, muitas pessoas nem sabem que existem e os que sabem da sua existência não dão o merecido valor a esses conselhos achando que a participação direta não consegue se efetivar em sentido amplo nestes espaços, nem imaginam que foram criados para ajudar o povo a ter controle político e social.
Nosso povo desconhece seus direitos mais básicos e muito menos sabem seus deveres em relação a sociedade, não compreendem que a participação na política deve ser uma obrigação, pois, somente com a participação popular se pode garantir melhores condições de vida para todos, ou seja, exercer cidadania é assumir um compromisso com toda a sociedade e com as gerações futuras. Os conselhos surgem a cada dia e essa é a prova dos avanços da democracia brasileira, naquilo que ela tem de mais precioso que é a participação popular direta, e por isso precisam ser valorizados.
Para que este propósito se concretize é necessário o fortalecimento de todas as entidades não governamentais. O controle social poderá acontecer em todos os sentidos, se todos aqueles que acreditam na democracia e na força popular lutarem unidos para a valorização destes conselhos e pelos avanços que conseguimos com eles, é preciso em cada luta trazer mais um para o nosso lado, o povo é a maioria, porém, devemos nos organizar, não devemos esperar uma “salvação da pátria”, mas prepararmos para nos tornarmos “gestores por necessidade”, e isso sabemos, já deveria ter acontecido ontem.

Mulheres, vocês que acompanham meu blog, façam uma analise sobre a sua convivência com seu marido, companheiro, namorado... Se ele:
- Sacode, esbofeteia ou bate em você;
- Ameaça ou tenta matar você com arma (faca, revólver, tesoura etc);
- Destrói sua casa, esconde seus documentos ou ameaça matar seus animais;
- Quando agride, não dá importãncia ás agressões, diz que a culpa é sua ou nega ter sido violento;
- Deixa você sem assistência quando está ferida ou doente;
- Xinga ou ofende você e sua família;
- Acusa você ter amantes sem nenhuma razão;
- Diz que você não é boa mãe, ameaça tirar as crianças de você ou ameaça machucar as crianças;
- Impede você de trabalhar, ter amizades ou sair;
- Ameaça com palavras, gestos, deixando você com medo;
- Fala mal do seu corpo, crítica seu desempenho sexual ou conta as relações sexuais dele com outras mulheres só para te ofender;
- Obriga você a ter relações sexuais quando você não quer ou quando você está doente;
- Força você a praticar atos sexuais que você não gosta;
- Fica com o seu dinheiro ou se recusa a lhe dar dinheiro;
- Força você a retirar a queixa quando você vai á polícia;
- Ameaça se suicidar quando você diz que vai deixá-lo;
SE VOCÊ SE ENQUADROU EM ALGUM DESTES ÍTENS, VOCÊ ESTÁ SENDO VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU DE GÊNERO.
VOCÊ, MULHER QUE SE ENCONTRA NESTA SITUAÇÃO, PRECISA DE AJUDA.
ESSE PROBLEMA NÃO É SÓ SEU, É DE TODAS E TODOS NÓS.
NÃO SE ISOLE.
SUA VIDA PODE SER DIFERENTE.
VOCÊ TEM O DIREITO DE SER FELIZ!
MEDIDAS PARA A SUA PROTEÇÃO:
- Tenha sempre á mão números de telefones de socorro;
- Na hora da agressão evite locais onde haja armas, objetos perigosos, superfícieis cortantes e espaço reduzido (como cozinha, banheiro);
- Nunca use qualquer tipo de arma para ameaçar o agressor, pois, ela pode se voltar contra você;
- Identifique as saídas de emergência da casa e saia assim que notar que os ataques possam acontecer;
- Evite fugir sem as crianças, pois, elas poderão ser usadas como objetos de chantagem;
- Se você tem carro, guarde cópias das chaves em locais seguros;
- Mantenha algum dinheiro extra escondido;
- Fale sobre a situação com pessoas próximas de sua confiança (vizinhos, parentes, amigos...) e combine com elas algum esquema de proteção em caso de emergência.




PROCURE UMA DELEGACIA:
NÃO DEIXE A VERGONHA E
O MEDO IMPEDIREM
VOCÊ DE DENUNCIAR UM CRIME.
No caso de violência, procure:
Polícia Militar - fone 190
Delegacia de Polícia mais perto de sua casa.
ou o 180

domingo, 5 de dezembro de 2010

Palestra realizada na Unopar...






Tentando fazer a diferença, lutando por uma vida sem violência...

sábado, 4 de dezembro de 2010

09 de Novembro de 2010
Lei Maria da Penha
Juiz "machista" é afastado pelo CNJ por comparar Lei Maria da Penha a 'regras diabólicas'
Edílson Rodrigues ficará afastado por pelo menos 2 anos, recebendo salário. Em 2009, o juiz foi acusado de preconceito contra a mulher.

Por com informações do site G1.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou nesta terça-feira (9) o afastamento por pelo menos dois anos do juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, da comarca de Sete Lagoas (MG). Ele foi acusado de usar linguagem discriminatória e preconceituosa em sentenças nas quais considerou inconstitucional a Lei Maria da Penha e de rejeitar pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas companheiras.


Na época, Rodrigues atacou a lei em algumas sentenças, classificando-a como um "conjunto de regras diabólicas". Ainda segundo o juiz, a "desgraça humana" teria começado por causa da mulher.


"A vingar esse conjunto de regras diabólicas, a família estará em perigo (...) Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher. Todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem", segundo trechos de decisões do juiz.


Rodrigues responde a processo administrativo no CNJ desde setembro do ano passado. Na época, ele negou que tenha havido "excesso de linguagem" e se defendeu da acusação de preconceito.


"Eu não ofendi a parte e nem a quem quer que seja. Eu me insurgi contra uma lei em tese, e mesmo assim, parte dela. Combato um feminismo exagerado, que negligencia a função paterna, que quer igualdade sim, mas fazendo questão de serem mantidas intactas todas as benesses da feminilidade", afirmou o juiz.


Por 9 votos a 6, os membros do CNJ decidiram colocar o juiz em disponibilidade, sanção pela qual o magistrado é afastado de suas funções por pelo menos 2 anos, recebendo salário proporcional ao tempo de serviço. Só depois desse período ele pode pedir autorização para voltar a atuar.


Julgamento


O relator do caso no CNJ, Marcelo Neves, entendeu que a gravidade das falhas não justificaria a remoção do juiz para outra vara, nem a determinação da aposentadoria compulsória, por não se tratar de crime ou contravenção.


"A visão que o magistrado em causa tem da mulher entra em mortal rota de colisão com a Constituição. O juiz decidiu de costas para a Constituição. A mulher é obra prima da criação. Acho que Deus só chegou à compreensão que era Deus quando chegou ao molde da primeira mulher", afirmou o presidente em exercício do CNJ, Carlos Ayres Britto.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES...

De 20 de novembro a 12 de dezembro acontece a décima nona edição da Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que acontece simultaneamente em 159 países.O foco da campanha em 2009 é a violência doméstica e familiar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) 01 em cada 04 mulheres é vítima de abusos sexuais por seu parceiro, e quase metade das mulheres que morre por homicídio é assassinada por seus parceiros atuais ou anteriores. Mas a violência contra a mulher assume diversas formas: agressão física, sexual, assédio psicológico, coerção, entre outras. Assim, é preciso estar atent@, e é preciso também que a sociedade esteja mobilizada para lutar contra esse tipo de prática.
Durante os 16 dias de Campanha a UNEB desenvolverá atividades como debates sobre lesbofobia e racismo; a mulher na literatura; e a participação da mulher na gestão de espaços públicos.Além disso, até o dia 10 de dezembro estão abertas as inscrições para um concurso de poesia e contos, a partir do qual será criada uma coletânea dos gêneros sobre a temática feminina, que será publicada pela Editora UNEB (Eduneb), em parceria com o Sistema de Bibliotecas e o Nugsex Diadorim. @s interessad@s em participar do concurso devem encaminhar os textos e a ficha de inscrição (disponível em http://www.uneb.br/exibe_noticia.jsp?pubid=4351)para campanha16dias@uneb.br, lembrando que os textos devem contemplar temas como sexualidade, equidade de gênero, trabalho, cidadania, violência, raça e etnia.Outra atividade da campanha será o mapeamento de escritoras da UNEB, a fim de publicizar as suas produções.
Para entender melhor o tema e sua relevância fica a indicação de acesso ao site http://www.violenciamulher.org.br/. E para mais informações sobre a Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres na UNEB é só ligar para (71) 3117-2497.

Abraço a todas(os)
ONG AMUCAN

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010






No atual momento em que o vírus da Aids propaga-se com uma velocidade assustadora e muito perigosa e que existe uma preocupação coletiva com relação à Aids, temos que nos apegar em desenvolver o nosso maior meio de defesa conhecido até agora, que é a informação.
Cada vez mais os meios de comunicação têm publicado artigos e entrevistas sobre essa doença. No entanto, é necessário salientar que somente a soma de informações corretas, transmitidas com transparência e lucidez, constitui-se num recurso preventivo, aliás o mais eficaz de que dispomos atualmente. Apesar da Aids ser mortal, ela pode ser prevenida, e nesse sentido todos nós temos uma obrigação a cumprir, buscando e divulgando informações. Estes conhecimentos, transmitidos a todos sem distinção, permitirão que fechemos as portas ao preconceito, aos falsos temores e ao vírus, para que não amarguemos no futuro.
Em pleno século XXI existe muita gente que ainda acredita que a Aids é uma dessas coisas que só acontece com os outros, que nunca irá acontecer conosco. Devido a esse fato, a cada dia que passa o número de contaminados pelo vírus HIV está aumentando. Para que esse quadro reverta é necessário estarmos sempre atentos, bem informados e prevenidos para que não sejamos contaminados.


O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é responsável pela Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) e ataca os linfócitos T-4, que são parte fundamental do sistema imunológico do homem. Em conseqüência, diminui a capacidade de resposta do organismo para enfrentar infecções oportunistas, originadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e outros microorganismos.

1- O que é Aids?
É uma doença que enfraquece o sistema imunológico, abrindo caminho para outras infecções causadas por vírus, fungos e bactérias que acabam sendo fatais.
A Aids é causada pelo vírus HIV (vírus da Imunodeficiência Humana) no sangue. Este vírus é traiçoeiro. Ele ataca e vai destruindo os glóbulos brancos que são as células que fazem a defesa do nosso contra as doenças.
Quando esse vírus entra em no corpo e começa a atacar os glóbulos brancos, a pessoa pode desenvolver, com maior ou menor gravidade, doenças como pneumonia, herpes simples, infecções, etc.
A doença também é conhecida como “Síndrome de Imunodeficiência Adquirida”. Analisando esta expressão, teríamos:
•Síndrome: indica um conjunto de sinais e sintomas que se desenvolvem ao mesmo tempo;
•Imuno: Refere-se ao mecanismo natural de proteção do próprio corpo contra infecções;
•Deficiência: Indica que esse mecanismo natural não está trabalhando bem e que a capacidade de proteção do corpo está enfraquecida;
•Adquirida: Significa que a doença não é genética ou hereditária, mas adquirida.

2 – Origem da Aids
Não existe uma certeza científica em relação à origem do vírus da Aids, embora muitos cientistas achem que esse vírus tenha passado do animal para o homem. Macacos da África, porcos do Haiti e até pacatas ovelhas da Islândia vêm sendo apontados como prováveis hospedeiros do vírus. Os cientistas, no entanto, ainda não arriscaram afirmações sobre como e por que esse vírus passou a atacar o homem. Mas as evidências mostram, cada vez mais, que a doença é uma velha conhecida dos africanos, uma vez que o sarcoma de Kaposi já fazia suas vítimas na África muito antes de a doença explodir nos Estados Unidos.
Os primeiros registros de casos foram feitos em 1980, nos Estados Unidos, eram casos acontecidos em 1979. Em 1981, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos realizou uma investigação sobre mortes de indivíduos masculinos, principalmente homossexuais, toxicômanos e hemofílicos. Observou-se também que todos os afetados apresentavam um fator em comum: a presença de doenças ou infecções oportunistas, devido a uma alteração no sistema de defesa do organismo. Essa investigação permitiu detectar casos anteriores, datados de 1978.
No Brasil, os primeiros casos foram diagnosticados em 1982, em sete pacientes homossexuais. Considerando o período de incubação do HIV, podemos deduzir que a introdução do vírus no país deve ter ocorrido no final da década de 70 e sua difusão, num primeiro momento, entre as principais áreas metropolitanas do centro-sul, seguida de um processo de disseminação para as diversas regiões do País na primeira metade da década de 80.

3 – As causas da Aids
O agente causador da Aids é um vírus denominado internacionalmente como HIV
(Human Immunodeficiency Virus – vírus da imunodeficiência humana). Este vírus ataca as células do sistema imunológico, causando mudanças em sua estrutura e deixando o organismo incapaz de reagir contra infecções e outras doenças, chamadas de “oportunistas”, devido ao fato de “se aproveitarem” do indivíduo estar com suas defesas debilitadas, para se instalarem no corpo humano.
Simplificando, poderíamos dizer que a Aids é uma doença causada por vírus, que destrói a capacidade do organismo em produzir anticorpos, isto é, o organismo perde a capacidade de se defender contra os micróbios que entram nele.
O vírus da Aids penetra na corrente sanguínea e se instala numa célula (glóbulo branco), o linfócito, o qual é considerado o carro-chefe da defesa imunológica do organismo. Utilizando-se do código genético deste linfócito o vírus pode se reproduzir.
Quando esse linfócito divide-se para estabelecer as defesas do organismo, milhares de exemplares do vírus são produzidos, espalhando-se pelo sangue, pelas secreções do corpo, dentre as quais o esperma e os líquidos vaginais e no sistema nervoso central, pois o vírus, então, procura outros linfócitos, começando dessa forma um novo processo de multiplicação e destruição.
Uma característica muito importante do vírus é o seu caráter mutante (sofre modificações com o tempo); por esse motivo, até o presente momento, ele tem resistido a todas as armas da medicina.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é a causa da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids). Os vírus infectam os linfócitos T CD4, um tipo de células brancas do sangue, debilitando o sistema imunológico, o que faz com que o indivíduo afetado torne-se suscetível a sofrer de infecções que podem levar à morte. O vírus invade os linfócitos T, atacando as proteínas CD4 da superfície externa da membrana celular.

4 – Incubação da Aids
A incubação é o tempo que vai do momento do contágio até o aparecimento dos primeiros sintomas.
O período de incubação, freqüentemente, é bastante longo, e pode levar anos. Excepcionalmente, no entanto, pode ser muito curto, pode levar dias entre seis a treze dias, conforme foi constatado em casos agudos.
Segundo dados colhidos por especialistas apenas 2% dos infectados desenvolvem a Aids nos 2 primeiros anos de infecção pelo vírus.Mais de 80% dos infectados chegam aos 5 anos livres da doença, embora possam ter algumas manifestações pouco significativas relacionadas com o vírus. Pelo menos 50% dos indivíduos atingidos pelo vírus sobrevivem 10 anos sem desenvolver a doença.
Assim sendo, não podemos nos esquecer de que a doença, geralmente, surge após longo período de incubação. A pessoa que adoece hoje muitas vezes contraiu o vírus há 2, 3 ou 5 anos, geralmente a média é de 3 a 8 anos.
O tempo de incubação vária muito de pessoa para pessoa, poderá ocorrer em dias, ou levar anos para que a doença se desenvolva.

5 – Sintomas da Aids
Muitos dos sintomas associados a Aids são comuns a várias outras doenças muito mais simples. Entre os principais sintomas temos:
Emagrecimento acentuado inexplicável, geralmente uma perda de 4 a 5 kg por mês.
•Cansaço intenso e prolongado, sem razão aparente, durante semanas ou meses.
Suor noturno intenso.
•Febre moderada ou alta, que persistem por muitos dias seguidos.
•Diarréia persistente.
•Adenopatia, ou seja, aumento de volume dos gânglios em várias regiões do corpo.
•Manchas roxas ou violáceas na pele; tais manchas têm consistência mais endurecida que a pele e não causam dores.
•Lesões esbranquiçadas na boca, como aftas.
Isoladamente, quaisquer desses sintomas são comuns a outras doenças; por essa razão, é preciso verificar todas as hipóteses antes de se pensar em Aids.
Os principais sintomas são febre, diarréia persistente, aumento dos gânglios em todo corpo, manchas roxas no corpo, lesões brancas na boca. Se alguns desses sintomas surgir, o melhor que tem a fazer é procurar um médico, antes de entrar em desespero.

6 – Como é detectado o vírus da Aids
Existem testes capazes de detectar os anticorpos anti-HIV no soro (parte do sangue de onde foram retirados os glóbulos vermelhos). O teste anti-HIV pode ser feito em alguns hospitais e centros de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA. Os testes mais usados são o Elisa, que é o mais usado, a Imonofluorescência e o Western-Blot. A utilização dos outros métodos serve para confirmação do diagnóstico.
Porém, antes e depois do teste anti-HIV, a pessoa deve fazer um acompanhamento, isto é, conversar com um profissional de saúde que foi preparado para fazer esse trabalho.
Este profissional pode ser médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social ou auxiliar de enfermagem.
O aconselhamento antes do teste ajuda a pessoa a tirar dúvidas sobre a transmissão e prevenção do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis – DST. Sendo assim, ajuda a pessoa avaliar se ela pode estar infectada pelo HIV ou por outro micróbio. E também explica sobre o teste anti-HIV.
Quando a pessoa que decidiu fazer o teste anti-HIV recebe o resultado, o profissional de saúde faz outro aconselhamento.
No caso de resultado positivo, é oferecido apoio emocional e a pessoa é encaminhada para serviço especializado em atender portadores do HIV, para acompanhamento médico e psicológico.
No caso de resultado negativo, o profissional reforça a mensagem de prevenção e discute a necessidade de repetir o teste.
Nos Centros de Testagem e Aconselhamento, a pessoa não precisa dizer seu nome quando vai fazer o teste anti-HIV. Ela recebe um número e com este número se pega o resultado. O teste é gratuito.
O teste anti-HIV só é obrigatório para os doadores de sangue e de órgãos. É recomendado para as gestantes, para quem tem DST e para quem acha que pode estar infectado pelo vírus da Aids, caso contrário, ninguém é obrigado a fazer esse teste.
Se uma pessoa quer realizar o teste e na cidade não houver local para fazer, o profissional de saúde indicará um local mais próximo para a realização.
O teste anti-HIV pode ser feito em alguns hospitais e centros de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA. Entre os testes usados, estão o Elisa, que é o mais usado, a Imonofluorescência e o Western-Blot. A utilização dos outros métodos serve para confirmação do diagnóstico. Para realização do teste é necessário colher o sangue.

7 – Efeitos da Aids
Uma vez desenvolvida a doença, o doente de Aids ficará extremamente sensível a infecções, e são essas infecções que acabam matando o indivíduo, pois elas agem de forma isolada ou em conjunto, sem condições de defesa para a pessoa, porque seu sistema de defesa está deficiente.
Os tipos de infecções que poderão aparecer são:
•Candidiase: fungo que ataca a garganta, formando placas esbranquiçadas muito dolorosas.
•Pneumonia: provocada por diversas bactérias.
•Toxoplasmose: provocada por um protozoário, que atinge o coração, os olhos e o sistema nervoso central.
•Diarréias fortíssimas: provocadas principalmente por protozoários.
•Sarcoma de Kaposi: trata-se de uma forma de câncer de pele que se desenvolve com muita agressividade nos doentes de Aids, atacando quase todos os órgãos.
•Outras moléstias: encefalites, meningites, tuberculoses, etc.

8 – Como se transmite a Aids
Qualquer pessoa pode pegar o vírus HIV: homem ou mulher; gente casada ou solteira; criança, moço ou velho; rico ou pobre. E tanto faz se é gente que mora na cidade ou no campo.
A infecção pelo vírus HIV pode ocorrer durante as relações sexuais; pelo compartilhamento ou reutilização de agulhas e seringas contaminadas; de uma mãe soropositiva para o feto, durante a gestação, no momento do parto, ou durante o aleitamento materno; através de transfusões de sangue ou pelo consumo de hemoderivados infectados. A contaminação também pode ocorrer durante uma intervenção cirúrgica que envolva transplantes de órgãos, ou inseminação artificial, quando os doadores forem soropositivos. Ou ainda por acidente de trabalho com profissionais da área de saúde.

a)Relações sexuais
Uma vez na corrente sangüínea, o maior número de unidades do HIV dirige-se para o esperma e para os líquidos vaginais. E é esse capricho da natureza que possibilita a transmissão durante o ato sexual, fazendo da Aids uma moléstia sexualmente transmissível (doença venérea).
O vírus da Aids pode ser transmitido por relações homossexuais, bissexuais e heterossexuais. Durante a relação sexual, o portador do vírus transfere o material contaminado para o parceiro ou parceira.

•A relação anal
De todas as práticas sexuais é provavelmente a mais perigosa, pois o vírus penetra mais facilmente no organismo por dois motivos:
1º) Durante a penetração, a pressão exercida pelos músculos do ânus, no pênis, é muito grande e provoca invariavelmente irritações, esfolamentos e rompimentos das mucosas e do tecido peniano, permitindo, com mais facilidade, o acesso do vírus HIV na corrente sangüínea.
2º) A mucosa anal tem elevado poder de absorção (o que esclarece a existência de medicamentos sob a forma de supositório).
Por essa razão que a Aids disseminou-se com tanta virulência entre os homossexuais, chegando até ser nomeada como a “peste gay”.
Vale lembrar que a relação anal também é praticada pelos heterossexuais e que a mucosa retal feminina tem as mesmas características da masculina, sendo igualmente vulnerável à penetração do vírus.
Durante a relação sexual, o vírus alojado na secreção vaginal penetra pela uretra masculina, atingindo o sangue e infectando o homem.
Todavia, como o vírus HIV atinge concentração mais alta no esperma do que nos líquidos vaginais, sua transmissão do homem infectado para a mulher sadia ocorre com mais freqüência. O vírus, instalado no esperma, atravessa a mucosa vaginal, entrando na corrente sangüínea e infectando a mulher. Isso explica porque o número de mulheres com Aids vem aumentando significativamente no mundo todo.

•Sexo oral
É uma questão que divide os especialistas. Alguns consideram como uma prática de média ou pequena periculosidade. Já outros são bem mais rigorosos na sua avaliação. O risco maior é para a pessoa que participa como ativa, ou seja, com a boca, indiferentemente se homem ou mulher, pois o esperma, ou a secreção vaginal, escorre pelos lábios, adere às mucosas, se aloja entre os dentes e, encontrando uma porta de entrada: um pequeno corte, aftas, ou pequenas inflamações nas gengivas, pode provocar a infecção. Para a pessoa passiva (a que participa com o pênis, ou com a vagina) o perigo é significativamente menor. Mas, mesmo assim existe.
O vírus da Aids se transmite, principalmente, através das relações sexuais, sem a proteção da camisinha.

b)Agulhas ou seringas contaminadas
As injeções na veia ou no músculo, com seringa ou agulha contaminada são a segunda forma mais freqüente de contágio. Os cientistas acreditam que, em certas regiões do mundo, onde medicamentos são muitas vezes ministrados por injeções musculares ou venosas em condições precárias, ou seja, sem a esterilização correta do instrumental, as seringas ou agulhas contaminadas tenham sido um fator importante na propagação do vírus.
No caso de usuários de drogas injetáveis, se uma pessoa portadora do HIV compartilhar a mesma agulha ou seringa com outras pessoas, poderá contaminar as demais pessoas que usarem essa seringa ou agulha. O contágio é imediato e irreversível.
Quando se usa drogas injetáveis compartilhando agulhas e seringas.

c)Transfusões de sangue
Uma pessoa pode se contaminar durante uma transfusão de sangue ou recebendo hemoderivados infectados. É muito importante saber se os derivados do sangue foram devidamente testados por exames antivirais antes da transfusão, porque além do HIV, o sangue pode conter uma grande variedade de outros vírus como os que causam hepatite, sífilis, herpes, etc..
A transfusão de sangue contaminado pode atingir:
•Os hemofílicos: que são os indivíduos com alteração na coagulação do sangue, devido à falta do fator VIII de coagulação, apresentando sangramento prolongado após um pequeno ferimento. Trata-se de uma doença hereditária, transmitida pela mãe somente aos filhos homens, que passam a necessitar de transfusões de sangue periódicas. Dessa maneira, o tratamento que deveria salvar suas vidas passou a representar risco de apressar sua morte. A Federação dos Hemofílicos do Brasil calcula que mais de 50 % das pessoas com hemofilia estejam contaminadas pelo vírus da Aids.
•Indivíduos com anemias: As mais diversas anemias fazem com que as pessoas necessitem de transfusões de sangue, e se receberem sangue infectado acabam sendo contaminadas.
•Leucemia: Os leucêmicos são pessoas que apresentam alteração dos glóbulos brancos e necessitam receber transfusões de sangue.
•Pessoas submetidas a cirurgias ou transfusões sangüíneas de emergência: Muitas vezes, as pessoas submetidas a cirurgias ou uma emergência necessitam de transfusões de sangue.
Nesses casos, se o sangue não for previamente testado, oferece risco de contaminação. Por esta razão, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o teste para detecção de Aids em todos os bancos de sangue do território nacional.
Todo sangue deve ser testado para saber se tem o HIV e outras doenças transmissíveis.

d)Contaminação Perinatal
Trata-se da transmissão do vírus de mãe contaminada para o filho, o que aumenta a mortalidade infantil por causa da Aids.
Mães grávidas infectadas pelo vírus HIV podem transmiti-lo aos seus filhos em cerca de 40% dos casos. A contaminação, chamada perinatal, pode acontecer, segundo os especialistas, durante a gestação, no momento do parto ou através do aleitamento.
A mãe infectada com o HIV pode transmitir o vírus para o seu bebê: na gravidez, no parto e na amamentação.

e)Contaminação por acidente de trabalho
Ocorre com profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, pesquisadores, pessoas que trabalham em laboratórios de análises clínicas, etc.) no desempenho de suas funções. A incidência maior de acidentes é com instrumentos perfurocortantes infectados. A ocorrência deste tipo de contágio é relativamente pequena, e ainda pode ser reduzida quase a zero se forem observadas as normas de segurança específicas para o seu trabalho.
O contágio no trabalho ocorre com profissionais de saúde no desempenho de suas funções, porém o risco de contágio poderá ser quase zero se forem observadas as normas de segurança específicas para o seu trabalho.

9 – Casos onde a Aids não é transmitida
Antes de mais nada, é importante saber que a Aids não é transmitida no convívio social, familiar ou com amigos, no ambiente de trabalho ou na visita a um amigo com Aids, pois o vírus da Aids não se transmite:
•Pelo ar, espirro ou tosse;
•Pela saliva, lágrima ou suor;
•Por copos, xícaras, talheres e outros utensílios;
•Por picadas de insetos;
•Usando o mesmo banheiro ou privada;
•Comendo no mesmo local que uma pessoa contaminada;
•Dormindo no mesmo quarto;
•Trabalhando na mesma sala;
•Freqüentando escolas, clubes, piscinas cloradas, teatros, restaurantes, metrô e ônibus;
•Abraçando ou pegando na mão.
•Dentistas, manicures, cabeleireiros e acumpunturistas não oferecem nenhum risco, desde que seus instrumentos de trabalho sejam devidamente desinfectados.
•Beijo: em relação ao beijo profundo, que envolve troca de saliva, a chance é praticamente igual a zero. A concentração do vírus HIV na saliva é mínima, e só há alguma chance de contaminação se a boca estiver com algum tipo de sangramento. Até hoje, só foi registrado um caso de em que se acredita que a contaminação ocorreu com um beijo.
A Aids não é transmitida através da saliva, da lágrima, do suor, do beijo, em lugares fechados como quartos, ônibus e nem em abraços e apertos de mão.

10 – Como prevenir a Aids
A melhor forma de proteção contra o vírus do HIV é a prevenção, que se faz evitando as situações de risco.
Para fazer prevenção precisamos de informações que vão evitar que a gente se coloque numa situação de risco. E para não correr riscos devemos ter os seguintes cuidados:
•Procurar manter um relacionamento mutuamente fiel com um único parceiro: quanto menor o número de parceiros sexuais, menor o risco de contrair o vírus da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis;
•Ter relações sexuais seguras, ou seja, usar sempre e corretamente a camisinha, em qualquer tipo de relação sexual. Para cada relação sexual, é necessário o uso de uma nova camisinha, ela não deve ser reaproveitada;
•Não mantenha contatos sexuais com pessoas que tenham numerosos parceiros;
•Não compartilhar agulhas e seringas com outras pessoas, se usar drogas injetáveis;
•Só use agulhas e seringas descartáveis ou esterilizadas corretamente, inclusive as de acupuntura e tatuagem;
•Doe sangue em bancos autorizados e exija materiais descartáveis. A venda de sangue é ilegal;
•Ao fazer exames laboratoriais exija material descartável;
•Quando receber transfusão, certifique-se de que o sangue foi previamente testado para detectar anticorpos contra o vírus da Aids;
•Não deixe qualquer pessoa amamentar seu filho; procure um banco de leite materno autorizado ou use leite em pó, de acordo com as instruções do Centro de Saúde;
•Não empreste nem tome emprestado escova de dentes, aparelhos de barbear, navalhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos pessoais que possam ter tido contato com sangue ou outras secreções corporais.
Muito esforço tem sido feito na tentativa de desenvolver uma vacina, mas até agora isso não foi possível.
A melhor forma de proteção contra o vírus do HIV é a prevenção Assim sendo, na ausência de um tratamento eficaz ou de uma vacina, a prevenção, através da informação, no sentido de adotar uma postura preventiva para evitar a contaminação, é A melhor forma de proteção contra o vírus do HIV. Para isso, estejam sempre bem informados, usem a camisinha nas relações sexuais, não compartilhem agulhas e seringas de outra pessoa e ao receber transfusão de sangue procurem saber se o sangue foi testado antes de recebê-lo.

11 – Como inativar o vírus da Aids
Fora do organismo, a destruição do vírus da Aids é relativamente fácil. O material utilizado por médicos, dentistas, manicures, barbeiros, etc. pode ser desinfectado através de uma das seguintes formas:
a)Deixar de molho durante pelo menos 30 minutos em hipoclorito de sódio (água sanitária).
b)Deixar de molho em álcool, por 30 minutos.
c)Deixar exposto ao calor de 56º C, durante 30 minutos em estufa ou por meio de fervura.
Todo o material utilizado por médicos, dentistas, manicures, barbeiros, etc. que não forem descartáveis toda vez que for usado terá que ser desinfectado.

12 – O tratamento da Aids
O tratamento de um indivíduo soropositivo vai depender de como cada pessoa reage à infecção. Só o médico pode indicar o que deve ser feito.
Quando uma pessoa tem o vírus da Aids, não tem sintomas e seus outros exames estão com bons resultados, ela não precisa tomar remédios. Mas precisa de acompanhamento médico.
Quando a pessoa tem sintomas, isso indica que já está com Aids. Então, o tratamento é feito com uma combinação de anti-retrovirais.
Anti-retrovirais são medicamentos utilizados no combate a Aids e sua função é a de inibir a replicação ou reprodução do vírus HIV, mantendo-o sob controle pelo maior tempo possível. Esses remédios não curam, mas diminuem a quantidade de vírus no corpo, diminuindo também o desgaste do sistema imunológico. Isso aumenta o tempo de vida do doente, mas não garante a sua cura definitiva. Até a presente data jamais se conseguiu eliminar totalmente o vírus HIV do sangue de um paciente.
Em 1986 surgiu o primeiro remédio utilizado em paciente, e transformou-se rapidamente na única e pequena esperança dos pacientes infectados pelo HIV, é a azidotimidina, também chamado de AZT. Ao longo da década de 90, o desenvolvimento de outras drogas e a combinação delas com o AZT apresentou resultado animador.
Atualmente existem cerca de 12 anti-retrovirais, divididos em 3 classes de drogas:
•Inibidores da Transcriptase Reversa, Análogos de Nucleosídeos (NRTI);
•Inibidores da Transcriptase Não-Reversa, Análogos de Nucleosídeos (NNRTI);
•Inibidores da Protease.
Estes anti-retrovirais estão disponibilizados pelo Ministério da Saúde para a distribuição gratuita aos portadores do HIV, através dos Postos de Saúde do SUS.
(Sistema Único de Saúde), hospitais e instituições credenciadas. De acordo com a prescrição do médico, eles podem ser administrados com diversas combinações diferentes, envolvendo duas, três, quatro ou até cinco drogas, dependendo do quadro clínico do paciente. A combinação desses medicamentos é chamada de carinhosamente de coquetel.
O tratamento deve ser feito em casa. A pessoa que tem o HIV não precisa ser internada para se tratar. O hospital só é indicado quando a pessoa precisa de tratamento especializado.
Se uma mulher grávida estiver infectada com o vírus HIV, mesmo sem sintomas, deve tomar o AZT, que será iniciado no terceiro mês de gravidez, pois esse remédio vai proteger o bebê, evitando que ele nasça com o vírus.
De cada 100 gestantes que tomam o AZT na gestação e durante o parto, mais de 90 têm chances de ter o bebê sem o vírus do HIV. O bebê também deve tomar o AZT durante as seis primeiras semanas de vida para aumentar sua proteção e também não poderá ser amamentado pela mãe que tem o vírus.
No acompanhamento do desenvolvimento do bebê, o médico deve pedir também teste anti-HIV, porém esse teste só poderá ser feito quando a criança estiver com 18 meses, é somente neste período é que o resultado do teste anti-HIV do bebê é definitivo.
Faz parte do tratamento de quem tem o HIV ou já tem Aids comer alimentos variados, frescos e limpos, tomar sol de manhã e se distrair. Os cuidados devem ser com o corpo e a mente.
Quando a pessoa tem sintomas da Aids, o tratamento é feito com uma combinação de remédios chamados anti-retrovirais, eles não curam, mas diminuem a quantidade de HIV no corpo. Faz parte do tratamento também comer alimentos variados, frescos e limpos, tomar sol de manhã e se distrair.
Quando pior for o estado do paciente, maior a quantidade de remédios que ele irá tomar.
O médico pede dois exames ao paciente. O primeiro revela quantas cópias de HIV ele tem no sangue, para saber o tamanho do exército inimigo. O segundo faz uma contagem das células de defesa chamadas CD4, que são as primeiras a ser invadidas e destruídas. Se elas são poucas, significa que o corpo está perdendo a batalha. A partir dessas duas informações, é feita a receita da quantidade de anti-retrovirais o paciente tem que usar.

13 – O HIV, um vírus mutante
O maior problema enfrentado hoje pelos pesquisadores nas pesquisas sobre a Aids é que o vírus HIV sofre mutação rapidamente e se torna resistente aos medicamentos. Parte dessa resistência aos medicamentos é adquirida com o mau uso das drogas atualmente disponíveis. Esse mau uso, por sua vez, vem em grande parte do fato de alguns medicamentos exigirem duas horas de estômago vazio, o que torna a vida dos soropositivos extremamente regrada. Se os pacientes não tomam os medicamentos da forma correta, o vírus acaba adquirindo resistência a eles. Nessa linha, novos medicamentos, como o efavirenz, por exemplo, exigem que sejam tomados apenas uma vez por dia. A pesquisa da medicina nessa área está baseada na busca de medicamentos que exijam menos sacrifício dos pacientes e que sejam mais resistentes. Os estudos nessa área também buscam medicamentos mais baratos, já que uma terapia com coquetéis custa em média US$ 950 por mês. As empresas farmacêuticas já prometeram reduzir os preços dos remédios contra a Aids, que já podem ser comprados por menos de US$ 500 em alguns países africanos.
O maior problema enfrentado hoje pelos pesquisadores nas pesquisas sobre a Aids é que o vírus HIV sofre mutação rapidamente e se torna resistente aos medicamentos.

14 – As pesquisas com vacinas contra a Aids
A busca por uma vacina definitiva contra a Aids continua, com recentes testes em vários países, desde os EUA até o Quênia, na África. A idéia de uma vacina contra a doença prevê que ela contenha uma versão diferente, menos potente, do vírus. Várias vacinas fracassaram porque o vírus HIV utilizado nelas acabou retomando a capacidade de multiplicação e infectando novamente os pacientes testados. A pesquisa nessa aérea hoje é baseada na tentativa criar um vírus misto do HIV com um outro vírus, retirando com isso os genes que permitam a multiplicação do HIV. Recentemente, foi divulgada uma pesquisa de um grupo de cientistas americanos que afirmam ter conseguido isso, mas essa vacina ainda não foi testada em seres humanos. Alguns cientistas afirmam que, mesmo assim, uma vacina contra a Aids só deverá ser definitiva se ela conseguir criar anticorpos de verdade contra o HIV.
Desde o surgimento da Aids os cientistas conseguiram grandes evoluções, porém eles estão sempre persistindo na busca da cura definitiva.

15 – A situação da Aids hoje no mundo e no Brasil
Uma pessoa é contaminada pelo vírus HIV a cada 12 segundos. Segundo o Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids), mais de 34 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus causador da Aids, e a maioria delas deve morrer nos próximos dez anos.
Só no ano passado, mais de 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV. A maior parte dos infectados, cerca de 70%, está nos países africanos subsaarianos. Destes, a África do Sul e o Zimbábue concentram a maioria dos casos, em proporções epidêmicas. Segundo o Unaids, metade dos homens jovens adultos que vivem nesses países vão morrer em conseqüência da doença.
A ONU revela também que a Aids já matou 18,8 milhões de pessoas no mundo desde que foi detectada pela primeira vez no começo da década de 80. Com 1,3 milhão de portadores do vírus HIV, a América Latina aparece em terceiro lugar na lista do Unaids, atrás da África e do Sudeste Asiático. O Brasil encabeça a lista no continente latino-americano, com 530 mil pessoas infectadas. A ONU alerta que, para frear a atual expansão da doença, será preciso aumentar drasticamente o volume de recursos disponíveis para prevenção e tratamento. Só na África, as Nações Unidas acreditam que serão precisos investimentos de US$ 2 bilhões por ano. Isso para evitar um crescimento mais acelerado da doença.
Apesar de o Brasil encabeçar a lista no continente latino-americano, desde 1997, com a chegada do coquetel de drogas anti-Aids, o número de mortes caiu pela metade. A redução de mortes foi da ordem de 6.000 para 3.000 por ano. A principal preocupação do Ministério da Saúde é controlar a doença e para isso, hoje atende cerca de 70.000 doentes em todo país e cada doente custa cerca de l.000 reais por mês. Para garantir o fornecimento do coquetel este ano já foram gastos 500 milhões de dólares. E o Ministério da Saúde também realiza programas de combate à Aids, e é inclusive elogiado no mais recente relatório da ONU, divulgado em junho.
Porém, a cada dia, o números de infectados no Brasil cresce muito, só este ano houve 7.564 novos casos e o principal obstáculo para controlar a doença e combatê-la é a situação socioeconômica do país.
O objetivo do Ministério da Saúde é aumentar a parceria com governos estaduais e prefeituras e também com ONGs com sedes nas pequenas cidades, para que as informações sobre como evitar a doença sejam mais bem divulgadas. Graças às campanhas de informação o ministério conseguiu uma grande vitória: no ano passado o número de adolescentes infectados se estabilizou e tende a regredir este ano.
Porém, a Aids está crescendo muito e rapidamente em todo o mundo. Só no ano passado, mais de 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus HIV e a maior parte dos infectados, cerca de 70%, está nos países africanos. A Aids está destruindo a África, pois já matou cerca de 17 milhões de pessoas neste continente. Algumas das principais causas as rápida expansão da doença pelo mundo são a atual facilidade de deslocamento proporcionada pelas viagens aéreas; a comercialização em grande escala do sangue humano para doações e o número crescente de usuários de drogas injetáveis.
Até a presente data não foi encontrada a cura para essa doença terrível e assustadora, porém os pesquisadores não param as pesquisas e atualmente estão estudando um jeito de expulsar o vírus de sua toca. Sua arma é uma substância que o corpo produz para estimular as células a crescer, a interleucina-II. Eles suspeitam que, ao disparar o processo de desenvolvimento das células T, a interleucina possa arrancar o HIV do esconderijo, e assim, poderá ser destruído pelas drogas. Se estiverem certos, os pesquisadores acreditam que dentro de algum tempo poderão obter a rendição incondicional do invasor, que é o vírus HIV.
Atualmente o Brasil possui 530 mil pessoas infectadas, porém desde que o coquetel de drogas anti-Aids começou a ser usado em nosso país, em 1997, o número de mortes caiu pela metade.
Mas o mesmo não está acontecendo nos países africanos, onde a Aids já matou 17 milhões de pessoas, e mais da metade da população africana está contaminada.

16 – A Aids e a sociedade
A Aids não ataca apenas o portador do HIV, mas também atinge cruel e dolorosamente a família e os amigos do soropositivo, de uma forma ou de outra.
Quando a notícia da soropositividade se torna conhecida, causa aos seus familiares, invariavelmente, um impacto forte de dor, amargura, constrangimento e uma profunda revolta. Há uma enorme sensação de perda, de frustração e às vezes de fracasso, mas o que eles, num primeiro momento, não aceitam, é o fato de a vítima ser homossexual, bissexual ou consumidor de drogas.
A rejeição e a violência, certamente, não são as reações mais indicadas e, comprovadamente, são as menos eficientes. A compreensão, a solidariedade, o apoio dos familiares e dos amigos são forças poderosas que surtem um efeito mais eficaz do que os métodos punitivos, repressivos e discriminatórios.
Assustados, constrangidos e com muito medo, não apenas da morte, mas também da rejeição, devido à questão do preconceito e da discriminação, tão comum entre os portadores do HIV, os infectados tentam esconder a condição de soropositivos, tanto da família como dos amigos e companheiros da escola ou do trabalho. Porém, quando desenvolvem a Aids, torna-se muito mais difícil, ou quase impossível, escondê-la.
De qualquer forma, a decisão de contar ou não sobre o seu estado de saúde aos familiares, amigos ou terceiros é muito pessoal. As únicas pessoas que necessariamente precisam ser informados, até por força da lei, para a sua própria proteção, são aquelas com quem o soropositivo mantém relacionamento sexual. Devem ser notificadas, obrigatoriamente, as pessoas integrantes de grupos que partilhem drogas injetáveis com as quais esteja envolvido.
Pesquisas foram feitas e concluíram que, quanto mais elevado é o nível socioeconômico cultural da família do soropositivo, melhor é a sua aceitação pelos parentes e amigos. Provavelmente devido ao maior nível de consciência, informação e conhecimento a respeito da Aids. Por outro lado, lamentavelmente, as famílias com nível socioeconômico cultural menor, contraditoriamente, parecem ser mais “ricas” em preconceitos, discriminação e reações hostis neste momento. A dura realidade é que, infelizmente, existem muitos núcleos familiares que, devido à desestruturação, carência econômica, desinformação e até mesmo ao preconceito, se negam a dar assistência aos seus doentes.
Porém, a triste realidade é que um grande número de soropositivos, principalmente crianças e adolescentes, são abandonados diariamente à própria sorte, obrigados a ficar perambulando, sem rumo pelas ruas, sem socorro ou amparo de qualquer espécie, ou então são simplesmente esquecidos nas enfermarias dos hospitais públicos.
É muito importante para um portador do HIV que toda a sociedade compreenda que ele não precisa de nenhum tipo de repressão, punição, intolerância ou discriminação. Muito menos piedade. Pois sua soropositividade, por si só, já representa uma carga muito grande de sofrimento. O que um portador do vírus da Aids precisa é de respeito, apoio e solidariedade.
Quando a notícia da soropositividade se torna conhecida causa aos familiares, invariavelmente, um impacto forte de dor, amargura, constrangimento e uma profunda revolta. É necessário haver um acompanhamento psicológico, tanto do paciente como também da família, para se saber como lidar com o doente.
Pesquisas foram feitas e concluíram que, quanto mais elevado é o nível socioeconômico e cultural da família do soropositivo, melhor é a sua aceitação pelos parentes e amigos. As famílias com nível socioeconômico e cultural menor, contraditoriamente, parecem ser mais “ricas” em preconceitos, discriminação e reações hostis neste momento, e isso não faz bem aos soropositivos.

Conclusão
Desde o seu surgimento, quando se alastrou no mundo a partir de 1981, a Aids vem provocando um grande impacto socioeconômico, político e psicológico, de difícil solução.
Uma pessoa é contaminada pelo vírus HIV a cada 12 segundos. Segundo o Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids), mais de 34 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus causador da Aids, e a maioria delas deve morrer nos próximos dez anos. Só no ano passado, mais de 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV.
Não existe ainda cura nem tampouco uma vacina. A doença atinge os indivíduos principalmente entre 20 e 40 anos de idade, ou seja, em plena idade produtiva. A Aids é um desafio à saúde pública, e também para todos nós, no sentido de que se desenvolvam estratégias preventivas.
A orientação para que haja segurança nas relações sexuais pode exigir uma acentuada alteração do comportamento sexual, o que pode acarretar resistências, tanto de adolescentes como de adultos.
A Aids é uma doença que atinge o sistema imunológico do ser humano e qualquer resfriado poderá ser fatal ao doente, porém muitas conquistas foram obtidas para tentar prolongar a vida dos pacientes, como o AZT e o coquetel de drogas, porém os pesquisadores não descansam em procurar a sua cura definitiva.
Enquanto isto não acontece, é necessário que a sociedade se conscientize que a Aids está aí, e que a grande aliada do vírus atualmente é a discriminação, que torna mais difícil o acesso às medidas de controle da epidemia. Essa discriminação ocorre no emprego, na escola, na moradia, na assistência médica, etc., devido ao grande medo de contágio. Esse medo irracional e as reações negativas da população constituem-se num problema contínuo, enfrentado diariamente por pacientes, familiares e grupos de defesa. O que poucas pessoas entendem é que a sociedade deve ir ao encontro dos indivíduos que estão por aí espalhando o vírus, com a finalidade de orientá-los a parar de fazê-lo. Discriminar e perseguir os infectados, além de não ter nenhum fundamento, é a melhor forma de contribuir para a disseminação da doença.
Não podemos esquecer que o homem, em sua existência, sofre o impacto de influências socioeconômicas, culturais, éticas, etc. O surgimento da Aids, ameaçando sua saúde, tem a capacidade de mobilizá-lo, fazendo surgir em sua mente o medo da morte, que aterroriza, reduzindo-o ao nada. A Aids está, dessa forma, servindo de alerta à humanidade, conscientizando-nos de que é preciso reformular certas teorias e determinados tabus e reavaliar preceitos morais, éticos e filosóficos. E a melhor forma para isso acontecer é que a sociedade se conscientize que a Aids está aí e que a melhor arma contra ela é a prevenção. Para tal, é necessário que todos estejam sempre bem informados sobre o assunto.
Bibliografia

Internet nos sites:
www.ensino.net
www.aids.gov.br
www.embratel.net.br/infoserv/online/wcenter/conviver.html
www.worldsite.com.br/cazuza/
www.senad.gov.br

Revistas
Superinteressante, Editora Abril, ano 14, n.º 12, dezembro de 2000, São Paulo, páginas 52 a 58.
Superinteressante, Editora Abril, ano 15, n.º 6, junho de 200l, São Paulo, páginas 59 a 63.
Superinteressante, Editora Abril, ano 13, n.º 6, junho de 1999, São Paulo, páginas 51 a 55.
Vida & Saúde – Editora Casa – ano 49, n.º 7, julho de 1987, Tatuí – SP, páginas 11 a 15.

Folhetos:
Aprendendo sobre Aids e doenças sexualmente transmissíveis – Livro da família – Aids, Brasília, 1999.
Aids – fornecido pelo Unibanco – elaborado pela Diretoria de Recursos Humanos, sob a supervisão técnica do Dr. Rodolfo Luís Baronetti – Médico do trabalho – CRM 27674, com apoio do Grupo de Serviço Social – agosto de 1989.

Enciclopédias
Nova Enciclopédia Amor e Sexo – Nova Cultural – 1998 – volume 2 e 4.
Enciclopédia Encarta – 2000

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 de novembro é o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher...





Um dia para lembrar, protestar e mobilizar contra a violência à mulher.
Definido no I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1981, em Bogotá, Colômbia, o 25 de Novembro é o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher. A data foi escolhida para lembrar as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.
Em 25 de novembro de 1991, foi iniciada a Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, sob a coordenação do Centro de Liderança Global da Mulher,que propôs os 16 Dias de Ativismo contra a Violência contra as Mulheres, que começam no 25 de novembro e encerram-se no dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948. Este período também contempla outras duas datas significativas: o 1o de Dezembro, Dia Mundial da Luta contra a AIDS e o dia 6 de Dezembro, Dia do Massacre de Montreal (leia mais sobre o 6 de Dezembro)
Em março de 1999, o 25 de novembro foi reconhecido pelas Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
Fonte: Rede Feminista de Saúde, RedeFax, 26/ 2003.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sugestão de leitura...



Mais de 25 anos de sua primeira publicação, este pequeno livro ainda preserva sua importância para o movimento homossexual e os movimentos de emancipação em geral. Homossexualidade: da opressão à libertação, originalmente um documento político, apareceu pela primeira vez em 1981, em plena ditadura militar. Porém, sua maior importância está na contribuição teórica que traz ao debate sobre homossexualidade hoje.

A partir de uma abordagem materialista revela, pelas lentes da História, a relação da opressão ao homossexual em particular, e da opressão em geral, com o tipo de sociedade em que vivemos. Mostra como a homofobia tem seu lugar na dominação do capitalismo, assim como o racismo e o machismo, também, o têm.

Desta maneira, este livro adquire um valor político imenso para aquels que buscam entender a historicidade do fenômeno da opressão e lutar para combatê-lo.

Ataques a gays mostram urgência da criminalização à homofobia


Jovens de classe média alta espancam homossexuais e ficam soltos


Da redação



• Uma das avenidas mais conhecidas do país foi palco para cenas de barbárie na manhã desse domingo, dia 14 de novembro. Em plena Avenida Paulista, um grupo de cinco jovens espancou brutalmente quatro pessoas que caminhavam pela calçada.

O grupo atacou primeiro dois jovens que caminhavam, por volta das 6h30, próximo à Estação Brigadeiro do metrô. Um deles conseguiu fugir, mas o outro foi espancado com chutes, socos e pontapés. Testemunhas asseguraram que, durante o espancamento, os agressores desferiam insultos homofóbicos. A vítima foi socorrida e hospitalizada.

Após essa primeira agressão, o grupo atacou ainda um outro rapaz na mesma Avenida Paulista, desta vez com bastões de lâmpada fluorescente. Um dos jovens arrebentou o bastão na cabeça da vítima, que também teve de ser hospitalizada. O espancamento só parou com a chegada de seguranças de lojas das redondezas. As testemunhas chamaram a polícia, que deteve os agressores.

Já na delegacia, uma outra vítima apareceu para prestar queixa contra uma agressão ocorrida na mesma região. Ela reconheceu dois dos cinco agressores, fazendo subir para quatro o número de vítimas do grupo de jovens espancadores.

Homofobia e impunidade
Os agressores são jovens de classe média alta, estudantes de escolas particulares e moradores de uma região nobre da cidade. Um deles, Jonathan Lauton Domingues, com 19 anos, é o único maior de idade. O restante tem entre 16 e 17 anos.

Se a agressão em si, de caráter nitidamente homofóbico, já é um escândalo, a liberação dos delinqüentes apenas poucas horas após serem detidos, chega a ser revoltante. Os menores haviam sidos encaminhados à Fundação Casa (antiga FEBEM), mas foram liberados no mesmo dia. O maior de idade havia sido encaminhado à Casa de Detenção, mas liberado no dia seguinte.

A condescendência aos criminosos parece não ter limites. A mãe de um dos adolescentes presos chegou a classificar os espancamentos como uma mera “infantilidade”. O advogado de um deles tentou ainda amenizar os ataques à imprensa: “Eles podem não ser vítimas, mas não são algozes assim”, teve a coragem de declarar o advogado Orlando Machado Júnior.

A linha de defesa adotada pelo advogado é outro exemplo dantesco de homofobia. Segundo o defensor, os jovens teriam sido “flertados” pelas vítimas na rua, o que teria motivado o início de uma “briga”. O argumento, além de inverídico, já que diversas testemunhas confirmam que o que houve foi um ato de agressão gratuito, parte do princípio de que, diante de um “flerte” de um homossexual, a violência é justificada ou minimizada.

Como se não bastasse esse caso, no mesmo dia no Rio de Janeiro um jovem homossexual foi baleado na barriga após a Parada Gay. Segundo o jovem, ele e um amigo foram parados por militares uniformizados, que os insultaram e, por fim, alvejaram o rapaz.

Um país homofóbico
Esses dois casos estarrecedores confirmam a pecha do Brasil de um dos países mais violentos e intolerantes contra os homossexuais. Ocorrem ainda poucas semanas após as eleições presidenciais, que contaram com um avanço da propaganda conservadora, machista e homofóbica, que fez tanto Dilma quanto Serra declararem-se contrários ao aborto e ao casamento gay. Propaganda que contou com cenas bizarras, como os outdoors do pastor Silas Malafaia espalhados pelo Rio com os dizeres “Deus fez o homem e a mulher”.

Os espancamentos refletem ainda o caráter de classe da homofobia. Embora ela atinja homossexuais de todas as classes, os mais pobres são os que mais sofrem. E os ricos, como ficou claro com a impunidade aos delinqüentes de classe média alta, ficam livres para atacarem novamente.

As agressões mostraram a urgência da luta pela imediata criminalização da homofobia, que deve ser travada juntamente à batalha por todos os direitos aos LGBT’s, numa perspectiva de classe e socialista, pois não há capitalismo sem homofobia.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A importância da ética no cotidiano da prática profissional...

Atualmente existe um questionamento muito grande sobre o que é essencial e o que é secundário para o convívio social, levando as pessoas a uma inversão de valores e sentimentos. Embora esses questionamentos pareçam novos em nossa época, na verdade, eles nasceram no momento em que o homem passou a viver em sociedade e começou a perceber a necessidade de regras que regulamentassem esse convívio.
A profissão de Serviço Social promove a mudança social, a resolução de problemas nas relações humanas e o reforço da emancipação das pessoas para promoção do bem-estar. Ao utilizar teorias do comportamento humano e dos sistemas sociais, o Serviço Social intervém nas situações em que as pessoas interagem com o seu meio. Os princípios dos direitos humanos e da justiça social são fundamentais para o Serviço Social.
Dentro desse mundo de normas e regras, para obter-se o bom relacionamento social se faz necessário a Ética. A Ética é a parte da filosofia que se ocupa de estudo do comportamento humano e investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser verdadeiramente feliz e alcançar o “Bem Viver”, como diria os gregos. Durante toda a história, vários pensadores se ocuparam de entendê-la, visando à melhoria nas relações sociais. As normas éticas revelam a melhor forma de o homem agir durante o seu relacionamento com a sociedade e em relação a si mesmo.
Dessa forma, este trabalho tem por objetivo promover estudo sobre a importância da ética no cotidiano da prática profissional, principalmente á pratica da profissão do Assistente Social, da importância de sua compreensão e fundamentação na formação profissional como dimensão de fortalecimento da prática profissional.

O código de ética é de fundamental importância, pois ele é um dos elementos que representa o projeto ético-politico da categoria, indicando quais os parâmetros filosóficos a serem seguidos, destacando também o sentido do aperfeiçoamento constante da formação profissional e a luta intransigente pelos direitos humanos. Ele garante ao profissional e ao usuário maior credibilidade e transparência nesta relação, pois cria um compromisso do assistente social baseado na liberdade, igualdade, equidade, respeito, democracia e justiça social e que se faz presente no cotidiano da ação profissional. Traz em sua estrutura formal, além dos princípios fundamentais, um conjunto de deveres, direitos e proibições que englobam as diversas relações que o assistente social estabelece não apenas com os usuários dos serviços e programas sociais, mas com a Justiça, as instituições empregadoras, outros profissionais e as entidades da categoria e os movimentos sociais.
O Primeiro código de ética do Assistente Social foi elaborado em 1947, aprovado em 1948, revisado em 1965 e reformulado em 1975. Em todos os códigos que o Serviço Social teve observamos claramente que a doutrina social da igreja, até 1986, influenciou na construção da profissão de serviço social, porém, devemos deixar claro que os primeiros códigos de ética (1947, 1967, 1975) tinham uma visão conservadora e como de 1986 a categoria já começa suas conquistas. Uma delas foi o novo perfil do profissional.
O principal objetivo do código de ética é garantir a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais sendo que no nosso 5º código, de 1993, deixa isso evidenciado. Foi criado pela necessidade de ter um estatuto ético para a profissão, nascido depois de uma construção coletiva com a participação de profissionais da área.
Através da leitura das competências do código de ética do serviço social de 1993, chamam a atenção:
“Art.1º Compete ao Conselho Federal de Serviço Social - zelar pela observância dos princípios e diretrizes do Código de Ética; fiscalizar as ações dos Conselhos Regionais e a prática exercida pelos profissionais, instituição e organizações na área do Serviço Social;”
“Art. 2º - Constituem direitos do Assistente Social - inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional;”
O Assistente Social no desempenho de suas funções tem necessidade de um lugar adequado para que possa atender melhor o usuário e guardar as anotações do seu trabalho em sigilo sem que ninguém tenha acesso e faça mau uso disso.
“Art. 3º - São deveres do Assistente Social - desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a legislação em vigor;”
É importante que a Assistente Social em exercício conheça o Código de Ética e trabalhe com ele em mãos, em respeito à classe e ao usuário e não usar o mesmo como escudo para fugir às responsabilidades.
“Art. 4º É vedado ao Assistente Social transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de Regulamentação da Profissão;”
Esse item chama a atenção porque a toda hora estamos vendo pessoas exercendo a função de Assistente Social sem qualificação para isso, e conseqüentemente, trazendo prejuízos para o usuário.
“Art. 15º Constitui direito do Assistente Social manter o sigilo profissional.”
No capitulo V do Sigilo Profissional os artigos 15/16/17/18 descrevem o direito do Assistente Social quanto ao sigilo das informações que recebe no atendimento com o usuário, mesmo em se tratando da equipe com a qual trabalha as informações só poderão ser reveladas o estritamente necessário e quando põe um risco a segurança e integridade do usuário, de terceiros ou da comunidade.
“Art. 23º As infrações a este Código acarretarão penalidade, desde a multa a cassação do exercício da profissional, na forma dos dispositivos legais e/ou regimentais.”
As penalidades são preocupantes, mas sua aplicação depende primeiro que haja denúncia de violação de qualquer item do Código de Ética e cabe ao Conselho Regional a execução das penalidades, assim como todas as formalidades cabíveis no caso, como processo ético disciplinar, publicação e execução da pena.
Podemos afirmar que a ética concede às profissões um norte, um caminho orientador para a intervenção profissional, sob determinada visão e em consonância com determinados valores.
Os princípios expressos nesse Código apresentam uma trajetória de lutas e mudanças. Pode-se dizer que, mundialmente, a origem do Serviço Social como profissão está marcada pelo desenvolvimento das relações capitalistas. É em um cenário de contradições e conflitos que se gera a profissão e se constrói um conceito de liberdade, a qual clama para uma maior igualdade entre os homens. O Assistente Social é um profissional a serviço dos direitos, da cidadania e da justiça social, que surgiu a partir das demandas sociais e permanece consciente de que é referendado pelas classes menos favorecidas socialmente, porém com a visão de um compromisso com essa parcela da sociedade, em busca da transformação de suas realidades, e tendo como parceiros outros profissionais e os usuários.
A ética é fundamental para um desempenho qualificado e promissor, através dela o indivíduo mostra seus valores, sua conduta e a firmeza de sua personalidade, todo indivíduo tem plena liberdade de decisão e de ação, desde que esta não interfira com os direitos de outras pessoas.

Com o passar dos anos e com tantas profissões que surgiram se fez necessária a criação de algo que regulamentasse as profissões e, através de estudos com esses profissionais, foram criados os códigos de ética das profissões. Por determinação estatutária, cada profissão deve estabelecer seu código de ética, que regulamenta a profissão no seu aspecto normativo e jurídico.
A consciência ética é uma componente fundamental da prática dos assistentes sociais. Prática esta que encontra grandes desafios no dia-a-dia profissional e, que, o Código de Ética deve ser um instrumento imperativo que aponta um caminho ético e político, baliza princípios que fazem parte de um projeto ético-político da profissão que tem uma direção social definida. A sua capacidade e empenho em agir eticamente é um aspecto essencial da qualidade do serviço que prestam aos cidadãos
Os fundamentos da ética são sociais e históricos. Só o ser social age eticamente uma vez que só ele é capaz de agir com consciência e liberdade. Para agir teleologicamente o Homem cria alternativas de valor, escolhe entre elas, incorporando-as nas suas finalidades.
Todos os profissionais devem incorporar os princípios éticos profissionais em seu cotidiano de trabalho e mantê-los presentes no seu processo de intervenção. O Código de Ética é um instrumento valioso que auxilia e fundamenta a intervenção do Assistente Social. Os princípios éticos devem ser inseridos não apenas no conteúdo teórico de nossas reflexões; mas também na prática de nossas ações diárias; ampliando nossos horizontes profissionais e possibilitando trabalhar nas e com as mediações possíveis visando à construção de uma sociedade mais justa, com liberdade, democracia e cidadania.
O assistente social deve orientar-se pela lei que regulamenta a profissão de Serviço Social (Lei 8662, de 7 de Junho de 1993, que dispõe sobre a profissão e dá outras providências) e pelo Código de Ética Profissional.
Concluímos ser imprescindível ainda o conhecimento da legislação social em vigor, de acordo com o campo de atuação do profissional (Saúde, Assistência Social, Previdência, Habitação, Educação, etc.). Contudo, o estudo dos direitos sociais afirmados pela Constituição Federal de 1988 é um requisito básico, bem como as leis orgânicas que regulamentam a Carta Constitucional.
Sendo assim, entendemos que o código de ética é uma demonstração de luta pelo aprimoramento profissional e respeito aos usuários na medida em que busca também assegurar os direitos de cidadania da população que se utiliza dos serviços prestados pelas instituições onde se inserem os assistentes sociais.


ADRIANA DENISE ELSENBACH
CHARLENE CASSIA DOS SANTOS
CLAUDIA MARIA BREZINSKI DE CRISTO
SIMONE LAGUNA


REFERÊNCIAS
SANTINI, MARIA ANGELA. Apostila de Ética Profissional; Serviço Social IV. Maria Ângela Santini, Adarly Rosana Moreira Góes. Unopar, São Paulo 2009.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS, aprovado em Brasília pelo Conselho Federal de Serviço Social no dia 13 de Março de 1993.
PAIVA, Beatriz Augusto de; Reformulação do Código de Ética: pressupostos históricos, teóricos e políticos. In: BONETTI, D. A. et. al. Serviço Social e Ética: convite a uma nova práxis. São Paulo: Cortez, 2000. p. 159-173.

Lutas, Conquistas e Novos Desafios...

“A Constituição de 1988 é um marco do restabelecimento da democracia e da conquista dos direitos sociais. Ademais, consolidou um sistema de proteção social fundamentado nos princípios da universalidade e da seguridade.” (PEREIRA, 2000:5).


A Constituição representa um marco na proteção social brasileira, pois, pela primeira vez, o Brasil, passou a contar com mecanismos inspirados no estado de bem-estar social implementado na Europa do pós-guerra.
O contexto do processo constituinte que originou a Nova Constituição Federal é marcado por grande pressão social, crescente participação corporativa de vários setores e decrescente capacidade de decisão do sistema político. A Constituição Federal de 1988 aprovada em 5 de outubro, trouxe muitos avanços e uma nova concepção para a Saúde e Assistência Social.
Para analisar a Política de Assistência Social é fundamental investigar a sua trajetória. A Constituição Federal é um marco fundamental desse processo porque reconhece a Assistência Social como política social que, junto com as políticas de saúde e de previdência social, compõem o sistema de seguridade social brasileiro.
Em seu preâmbulo, a Constituição de 1988, institui o Estado Democrático de Direito destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social. Estabelece em seu primeiro artigo, o fortalecimento da Federação, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, declara seus princípios fundamentais e afirma a soberania popular. Além de instituir como novo paradigma, a democracia participativa.
Este trabalho tem por objetivo promover estudo sobre as políticas sociais e a Constituição Federal de 1988, bem como o que avançou na perspectiva de acesso ao cidadão brasileiro e como eram estas políticas antes da aprovação desta Constituição.

Historicamente, as mobilizações da sociedade civil receberam diferentes tratamentos. No período anterior a 1930, os movimentos sociais eram tratados como “caso de polícia”, com forte repressão.
Ao final da década de 1970, por pressão dos movimentos sociais na luta por direitos, liberdade e democracia, o País conquista a Anistia e inicia o processo de abertura política que resulta na queda do Regime Militar e a emenda constitucional número 25, convocando as eleições para a Assembléia Nacional Constituinte.
Em meio a essa efervescência e poder de pressão dos movimentos sociais, as políticas sociais encontram campo fértil para desenvolverem-se e auxiliarem a efetivação dos direitos sociais na Constituição de 1988.
A Constituição Federal de 1988 inova em aspectos essenciais, especialmente no que se refere à gestão das políticas públicas, por meio do princípio da descentralização político-administrativa, alterando normas e regras centralizadoras e distribuindo melhor as competências entre o poder central (União), poderes regionais (Estados e Distrito Federal) e locais (municípios).
Um princípio importante é a cidadania. Ou seja, a partir de 1988 a saúde, educação e previdência, passam a ser tratados como direitos e não como filantropia ou caridade. Estes são alguns dos motivos porque a Constituição de 1988 é considerada como a mais democrática dentre todas aquelas constituições brasileiras.
Na Constituição Brasileira de 1988 consta o princípio de que a assistência social é, antes de tudo, um direito do cidadão, pois, segundo o Art. 203 a [...] assistência social será prestada a quem dela necessitar [...].
Nesta perspectiva, destaca-se o princípio da universalidade, ou seja, os direitos são para todos. Qualquer pessoa, por exemplo, hoje tem acesso gratuito ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Constituição foi muito importante, por ser o embrião do Estado de Bem-Estar Social, que se contrapõe ao Estado Mínimo, pois até a Constituição de 1988, só tinha acesso à Saúde quem tivesse filiação ao INAMPS, quem tivesse contribuindo com a Previdência Social. O SUS, sem dúvida, foi um avanço. Isso, porém, não significa que ele esteja plenamente funcionando. Na Saúde, o SUS representou uma mudança radical do modelo excludente praticado na ditadura militar. Na Assistência Social, destaca-se o Benefício de Prestação Continuada, regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), que garante o salário mínimo aos deficientes e aos idosos de baixa renda.
Hoje já sabemos, com transparência, o que financia a Saúde, a Previdência e a Assistência Social. Com isso, nós diminuímos muito a pobreza no país. A Constituição acabou incorporando aquilo que já integrava as constituições européias no pós-guerra.

O Brasil deu um grande salto nas políticas sociais a partir da Constituição de 1988. Mas falta muito ainda a fazer para reduzir as desigualdades e acabar com a miséria no país. As conquistas resultaram na consolidação de uma ampla rede de proteção, formada pela Previdência Social com cobertura para o trabalhador rural, seguro desemprego, Assistência Social e programas de transferência de renda, e também pela universalização do acesso aos serviços de saúde e à educação básica.
A partir da Constituição, houve a universalização do direito à saúde, com a ampliação do acesso a todos os brasileiros, independentemente de condicionalidades. Outra grande vantagem foi a descentralização dos serviços de saúde a partir da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto existiu o INAMPS, a assistência estava concentrada nos centros urbanos e restrita aos contribuintes da Previdência Social. Hoje, o serviço chega cada vez mais aos pequenos municípios e zonas rurais, em diferentes programas.
Com o SUS, aumentou a preocupação em reforçar a promoção da saúde e as atividades preventivas por meio da estratégia da atenção básica, de forma a reduzir a assistência hospitalar, mais cara. A Assistência Social teve uma evolução inédita, antes da Constituição de 1988, ela existia de forma marginal. A Constituição a transformou em uma política pública de assistência social, com resultados significativos.
A Constituição de 1988 foi um marco institucional muito avançado na área social, visualizando grandes possibilidades de construção de um sistema de proteção e promoção social no país. Ela indicou possibilidades que o movimento social e o Estado brasileiro acabaram consagrando. Concluímos que, no campo dos desafios, a Constituição precisa cumprir suas promessas mais igualitárias e libertárias, permitindo que ocorra a democratização da nossa democracia. Contudo, não podemos nos esquecer que a democracia, como forma de governo, é uma construção política permanente.


ADRIANA DENISE ELSENBACH
CHARLENE CASSIA DOS SANTOS
CLAUDIA MARIA BREZINSKI DE CRISTO
SIMONE LAGUNA




REFERÊNCIAS
ROSSI, CRISTINA. Apostila de Políticas Sociais I; Serviço Social IV. Cristina Rossi, Sirlei Fortes de Jesus. Unopar, São Paulo 2009.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
GOHN, M. G. História dos Movimentos Sociais: uma construção da cidadania dos brasileiros. 2. ed. Mar. 2001. Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1995.
SPOSATI, A. O. (Coord). A Assistência Social no Brasil 1983-1990. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
LYRA, Rubens Pinto, Os conselhos de direitos do homem e do cidadão e a democracia participativa, texto disponível em: http://www.dhnet.org.br/w3/ceddhc/ceddhc/rubens2.htm
BERTONE, Arnaldo Agenor. As idéias e as práticas: a construção do SUS. 2002. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografia_revisada_Arnaldo.pdf.








Entrevistando uma Assistente Social...

A profissão é considerada como de caráter liberal, assegurado por lei. São eminentemente práticas que exige respostas rápidas. O profissional deve ser livre de preconceitos, e entender o outro, os contextos em que o indivíduo recorreu ao auxílio, independentemente da situação em que se encontra.
O profissional de Serviço Social está na instituição para garantir os direitos do cidadão, desenvolvendo a sua prática dentro de uma série de limitações e dificuldades procurando compreender as correlações de forças existentes no contexto institucional, e a partir daí traçar estratégias mediadoras de intervenção norteadas no projeto ético-político profissional.
Este trabalho tem por objetivo promover estudo sobre o profissional do Serviço Social, o Assistente Social, e a sua atuação quando inserido no mercado de trabalho, conhecendo a importância dos instrumentos e técnicas no âmbito da intervenção do Serviço Social na atualidade.
Nossa entrevista foi realizada com Sandra, Assistente Social do Presídio Estadual de Frederico Westphalen/RS.


Entrevistada: Assistente Social Sandra Coutinho Vasconcelos.
Nome da Instituição: Presídio Estadual de Frederico Westphalen.
Endereço: Linha Irai, Bairro Barrilense, Caixa Postal 30, Frederico Westphalen/RS.
Ano em que se formou e Instituição de Ensino onde realizou o curso: Ano da formatura 2000, Instituição URI (Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões – Campus Frederico Westphalen).

Quais as maiores dificuldades enfrentadas na época em que fazia o curso? O Desconhecimento a cerca do curso e do profissional, visto que era um curso novo na região; Falta de Profissionais (Assistentes Sociais) nos campos de estágio.

Qual era o seu maior medo enquanto acadêmica, no que se referia à prática profissional? Hoje este ainda é seu maior medo ou existem outros?
Além do medo com relação à inserção no mercado de trabalho, existia o medo de não saber se o que estávamos fazendo era o que realmente deveria ser feito, pois a maioria de nós somente contava com a supervisão acadêmica. Não sei se pode ser denominada como medo ou como insegurança. Claro que ainda surgem dúvidas no decorrer do tempo, mas hoje isso foi superado.

Por que escolheu Serviço Social?
Na época em que iniciei o curso, era militante da Pastoral da Juventude e estava envolvida em algumas causas e lutas sociais, procurava algo que viesse de encontro com esse meu envolvimento, além de querer um curso que me proporcionasse trabalhar próxima com pessoas.

Há quanto tempo está na Instituição (Assistente Social)?
Há nove anos e nove meses (desde dezembro de 2000).

Qual o objetivo/finalidade deste profissional na Instituição em que atua?
O Serviço Social nos Presídios tem o objetivo de trabalhar o homem e suas relações sociais - individuais, familiares e com a sociedade - seus hábitos, atitudes e ações com o meio externo.
Nossa intervenção objetiva a individualização da pena, possibilitando o tratamento penal que acontece através do desenvolvimento de ações que procurem amenizar as dificuldades vivenciadas no cárcere e fomentar as potencialidades pessoais de cada indivíduo. O foco principal destas ações é a redução da vulnerabilidade ao delito e a futura reintegração do indivíduo na sociedade de maneira mais digna e com uma conduta socialmente aceitável.

Por que escolheu essa área da profissão para trabalhar?
Não sei definir exatamente o que chamou minha atenção, lembro que enquanto acadêmica participei de algumas pesquisas de campo nesta área e que sempre foi uma área que me chamou a atenção, talvez pelo envolvimento familiar, uma vez que, meu pai era agente penitenciário e procurava nos mostrar o lado bom de sua profissão. Aliás, foi através da indicação de uma assistente social que conhecia o mesmo e que trabalhava em presídios, que fui chamada para trabalhar nesta área, inicialmente como contratada, depois realizei concurso.

Que instrumentais ele utiliza para viabilizar os programas e serviços oferecidos aos usuários? Temos alguns instrumentais que são utilizados pelas assistentes sociais da instituição de maneira padronizada, apenas são realizadas algumas alterações conforme a demanda ou o espaço de trabalho de cada uma. Por exemplo: fichas de triagem; entrevista de avaliação; fichas de acompanhamento e/ou atendimento; relatórios. Por outro lado, conforme necessidade busco outros instrumentais, o que exige certa dedicação a pesquisa. O que acontece com freqüência, é a troca de instrumentais entre as assistentes sociais que atuam nesta área, procurando contribuir para o bom andamento e melhoria do nosso trabalho e dos atendimentos.

Quais os conhecimentos que este julga necessário para a realização de seu trabalho?
Não há como definir um ou alguns conhecimentos, mas temos que integrar os conhecimentos específicos a cerca da profissão, o embasamento teórico apreendido durante a vida acadêmica, com os conhecimentos a cerca da instituição e os que vamos adquirindo e aprimorando durante o fazer profissional.

Como vê a relevância dos mesmos (instrumentais) para a prática do Assistente Social no campo de atuação?
São muito importantes, pois norteiam toda a nossa prática, auxiliando-nos a torná-la mais eficaz e organizada. Acredito que não podemos trabalhar sem os mesmos, pois, por exemplo, através dos instrumentais temos como saber desde quando estamos atendendo ou acompanhando determinado indivíduo, quais as demandas apresentadas pelo mesmo, quais os encaminhamentos e intervenções que foram realizados, assim como a evolução (ou retrocesso) de cada situação.

Quais as dificuldades que encontra em seu trabalho?
Falta de autonomia pra tomar algumas decisões e fazer alguns encaminhamentos, falta de incentivo para a formação continuada e de orientação por parte do departamento ao qual pertencemos (Departamento de Tratamento Penal).

É possível a multi/interdisciplinaridade na Instituição onde atua? Como vê a relação do Serviço Social com outras profissões?
Além de possível, é necessária. No entanto, a instituição SUSEPE - Superintendência dos Serviços Penitenciários, ainda deixa muito a desejar neste âmbito, muitas casas prisionais ainda não possuem profissionais ou possuem somente de uma determinada área, como é o caso do Presídio de FW, em que há somente o profissional do Serviço Social. Podemos citar como exemplo de profissionais necessários nesta (e em outras) casa prisional: psicólogo, enfermeiro, médico, dentista, advogado, nutricionista.

Como vê a relação do Serviço Social com outros profissionais?
Devemos trabalhar de maneira integrada, estabelecendo uma relação amistosa e cooperativa. Trabalhamos constantemente com pessoas, e geralmente com dificuldades e problemas destas, e em um ambiente difícil, por vezes hostil, por isso é de suma importância que tenhamos uma boa interação com todos os profissionais envolvidos neste processo, buscando preservar a saúde mental dos mesmos e evitar o desgaste da equipe.

Cite uma experiência vivida na área em que trabalha.
Relato a experiência vivida na época em que trabalhava na Penitenciaria Modulada Estadual de Ijuí, a qual pode se denominada como atividade de tratamento penal e de individualização da pena, onde conseguimos formar uma parceria com uma malharia e levar trabalho para as presas mulheres. Era um trabalho artesanal, realizado com sobras de malharia que recicladas tornavam-se novas peças de vestuário (e que costumávamos dizer que era o lixo transformado em luxo). Foi um trabalho reconhecido no Estado, por levar trabalho e renda para aquelas presas, por trabalhar sua valorização pessoal e despertar nelas o intuito de buscar novas alternativas para a vida extramuros prisionais. Nosso papel foi de mediar todo esse processo, desde a busca da parceria, a seleção e treinamento das presas, o pagamento das mesmas, a orientação quanto ao uso do valor que recebiam, até a divulgação dos resultados. Outra experiência interessante e que colocou-me numa situação difícil e conflitante, foi quando recebemos um resultado de um exame anti-HIV positivo de um apenado e ele, além de não querer submeter-se a tratamento, negava-se em contar para sua companheira e também não nos autorizava a fazê-lo. Ao mesmo tempo em que éramos sabedores de que esse era um direito seu também éramos conhecedores da legislação penal que nos puniria se fossemos negligentes, negando a companheira do apenado o direito de saber que ele era soro-positivo e que ela estava correndo o risco de contaminar-se também. O que fazer? Foi uma decisão difícil. Depois de analisar a situação várias vezes, decidimos comunicar o que estava acontecendo ao juiz da vara de execuções criminais. O juiz determinou que a companheira fosse informada. O preso recusou-se a fazê-lo, repassando a nós essa responsabilidade. A companheira foi tomada por indignação e revolta e passou a negar-se a visitá-lo. Apesar de intervirmos, ela negava-se a aceitar e o relacionamento entre ambos foi rompido. Algum tempo depois, o preso resolveu aceitar o tratamento proposto e passou a submeter-se ao mesmo.
No dia-a-dia temos experiências menos impactantes, mas de grande relevância como: atendimentos individuais a presos e a seus familiares; encaminhamentos de presos para atendimento com defensor público, para atendimento médico e odontológico, para o que o contato e manutenção da relação com a rede externa de apoio é de suma importância.

Este trabalho procurou sistematizar a prática profissional do serviço social demonstrando seu papel específico em uma unidade prisional. Tal esforço impõe-se para reforçar conhecimentos teóricos do serviço social, através de sua prática profissional e, também, a servir de colaboração aos futuros assistentes sociais que possam vir atuar numa unidade prisional.
Durante a entrevista fomos bem recebidos, sendo dispensada uma grande atenção por parte da profissional, respondendo a todas as questões com clareza, segurança e profissionalismo, demonstrando sempre um grande amor pelo caminho que escolheu.
Atualmente a maioria das pessoas ainda possui a visão do Assistente Social que contribui para a manutenção do sistema, como mero executor das políticas impostas pela instituição onde atua. Porém o Assistente Social tem como objeto de trabalho a questão social, a contribuição para a construção de uma ordem social, política e econômica pelo menos diferente da atual. Reconhecendo nos determinantes estruturais e nas dificuldades da realidade social, os limites e as possibilidades do trabalho profissional, rebelando-se contra os problemas das injustiças, que afetam os desamparados socialmente.
Ao fim deste trabalho, olhando para nossa realidade e para o caminho percorrido através do tempo, dos vários acontecimentos históricos e políticos, fatos marcantes em nossa história, concluímos que o Serviço Social, que passou por movimentos de reconstituição, hoje segue doutrinas e sua própria identidade voltada ao bem estar da comunidade, do grupo. Assistentes Sociais precisam ir além do fazer profissional e promover uma educação popular, orientando os usuários a buscar seus direitos e atuarem no controle social, participando dos conselhos de políticas e de direitos. Para isso é necessária uma formação profissional crítica, com base teórica suficiente para compreender o contexto de totalidade da sociedade capitalista em que o profissional atua. É preciso também que haja articulação entre profissionais de base e da academia, para melhorar a qualidade do serviço.
Na verdade, identifica-se que independentemente dos aspectos que limitam ou determinam as condições objetivas do exercício da profissão, nesse contexto de profundas restrições, dificuldades e desafios, as demandas direcionadas ao Serviço Social aumentam progressivamente, tendo em vista que, dada a sua formação, o Assistente Social é o profissional destinado a lidar com as necessidades básicas dos usuários que recorrem à instituição.
Concluímos que os desafios do serviço social estão centrados a partir das questões que envolvem a sociedade atual. Durante este trabalho podemos conhecer um pouco sobre o mercado de trabalho e podemos abrir nossas mentes para fato de sermos profissionais flexíveis, disponíveis às mudanças através de uma base teórica dos pressupostos para uma análise da profissão, que são de fundamental importância para um futuro amadurecimento como profissionais cientes de que não somos mágicos e sim que somos agentes capacitadores capazes de impulsionar as mudanças sociais. Onde devemos ser cautelosos e disponíveis ao novo.
Sempre haverá dificuldades, mas temos que criar e buscar soluções para o bem estar econômico, psicológico e social dos cidadãos. Apesar dos desafios e dificuldades identificados no desenvolvimento do exercício profissional, constata-se que os Assistentes Sociais vêm procurando atender, de forma consciente e ética as demandas apresentadas, mesmo tendo a compreensão de que a sua prática precisa ser repensada, avaliada e mais fundamentada teoricamente, buscando, na medida do possível, desenvolver um trabalho de qualidade com dinamismo, responsabilidade e competência.
Citamos Marilda Vilela Iamamoto quando fala que “iremos nos deparar com inúmeras dificuldades, mas os sonhos não podem deixar de existir, pois são eles os impulsionadores da profissão.

ADRIANA DENISE ELSENBACH
CHARLENE CASSIA DOS SANTOS
CLAUDIA MARIA BREZINSKI DE CRISTO
SIMONE LAGUNA





REFERÊNCIAS
FERREIRA, CLAUDIA MARIA. Apostila do Serviço Social, Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do Serviço Social IV Unopar, São Paulo 2009.
IAMAMOTO, M. V. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. – 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2004.
SIKORSKI, DANIELA; BOGADO, FRANCIELE TOSCAN. Apostila do Serviço Social, Oficina de formação: instrumentalidade do Serviço Social Unopar, São Paulo 2009.