A pornografia infantil é um problema que só pode ser atenuado através de uma lei específica para este caso, pois, de outra forma, sempre haverá os paraísos virtuais os quais possibilitam fácil acesso e transmitem de forma mundial estes materias com imagens pornográficas de crianças ou adolescentes seduzidos para uma brincadeira online e acabam sendo induzidos á posturas eróticas e a prostituição infantil. Se não tomarmos drásticas providências será difícil encontrar o ponto de equilíbrio entre a liberdade de informação, os interesses da criança em ter a sua privacidade virtual e encontrar sites que não interfiram na sua dignidade e em seu desenvolvimento da personalidade.
Questões como a idade da criança ou adolescente que utiliza o computador com freqüência, seja em casa ou na escola, para trabalhos escolares ou mesmo os famosos joguinhos que se encontram com muita facilidade, tudo isso deve ser policiado pelos pais ou responsáveis, pois, crimes tem acontecido e o pior é que muitas vezes o início disso tudo é o próprio leito familiar.
Para um melhor resultado apóio sempre o diálogo para uma boa convivência com filhos, ou crianças e adolescentes por quem somos responsáveis. Saber dar o conceito correto sobre a pornografia infantil e pedofilia, isso não pode ser encarado apenas como problema da justiça, caso de polícia e sim nosso problema, nosso caso.
A miséria, o desemprego, a desestruturação familiar, o abandono, a marginalização, o fracasso, o carinho físico sendo trocado pelo carinho frio das teclas e da tela do computador tudo isso aliados com a sociedade individualista e egoísta, do lucro e da ostentação, na qual o ter substituiu o ser e onde o que parece é, propicia uma legião de crianças e adolescentes, imaturos e vulneráveis, prontas a serem filmadas, prostituídas ou tomadas por adultos doentes e preparados para o seu prazer e destruição de mais um ser indefeso criado em mundo cheio de informações, presos no cárcere da tela de um computador ou submissos aos prazeres da carne quando este desprazer vai até as últimas conseqüências.
Para que consigamos combater essas causas absurdas que acometem crianças e adolescentes com muita frequência, será um longo caminho o qual passará pela educação, pela socialização, pelo apoio e reabilitação das famílias, pela implementação de uma verdadeira política da menoridade, fazendo valer direitos e cumprindo deveres, afinal o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente chama a todos para a responsabilidade, Estado e Sociedade é através dele que já obtivemos inúmeras vitórias contra vários tipos de violências, basta agora informatizarmos os crimes cometidos contra crianças e adolescentes.
Até muito recentemente, o abuso sexual de crianças era tratado como um assunto proibido na sociedade. porém, de alguns anos pra cá esse tabu vem sendo quebrado, principalmente por conta da ação dos movimentos feministas, visto ser a mulher a vítima mais comum, diante disso o que tem sido encontrado é alarmante, não apenas na freqüência de tais práticas, mas também nas conseqüências biopsicossociais.
A criança, além de todo o sofrimento durante o abuso sexual, sofre danos a curto e longo prazo variando de cada pessoa a intensidade desses danos, e a forma com que são recebidos pela família e sociedade. Após este sofrimento onde necessitam de amor e carinho, ouvi-las sem muitas perguntas para que não se sintam culpadas pelo ocorrido, um acompanhamento profissional se faz necessário para a vítima e para os pais ou responsáveis, a simples intervenção precoce e efetiva pode modificar o desenvolvimento da criança ou adolescente vítima de estupro.
O “poder masculino”, ou seja, o fato do homem ainda possuir o papel de patrão, de dono e de ser superior à mulher, é fator determinante da violência contra crianças, baseada numa cultura adultocêntrica (o adulto sabe tudo, pode tudo), e é através deste pensamento que muitas crianças e adolescentes acabam vulneráveis, pela forma repressiva na educação onde muitos criam seus filhos para serem submissos aos mais velhos.
O abuso sexual é caracterizado como um ato de violência praticado quando alguém se utiliza de uma criança seja ela menino ou menina, para sentir prazer sexual e é caracterizado como toda ação que envolver a questão do prazer sexual quando a criança não for capaz ou não tiver idade para compreender o que está acontecendo.
Adultos usam meios para atrair suas pequenas vítimas, e um exemplo comum são os doces, a conseqüência é que estes abençoados doces levam a doçura deste sêr que está iniciando sua vida, e com ele vai auto-estima e vem problemas com a sexualidade, dificuldade em construir relações duradouras, falta de confiança em si e nas pessoas, sua visão do mundo e dos relacionamentos se torna muito diferente.
Diante do exposto e na dificuldade de punir estes meliantes, estupradores doentes e destruidores da inocência, dos sonhos e da vida, não podemos nos calar, fechar os olhos, fingir que o abuso sexual de crianças “só acontece na família dos outros” é o mesmo que negar a sua existência, deixar de denunciar só favorece sua perpetuação.
Autora Charlene Santos
12 – 04 - 2011
00:22 hrs